Dívidas IV
Existe um axioma do poder que diz
o seguinte: quem é capaz de criar dinheiro tem o poder total. Tudo na sociedade
está debaixo deste poder. O poder de emitir moeda, de criar dinheiro ou crédito.
O colapso da função de onda total no que tange às criaturas. O máximo de poder
que um ser, uma pessoa, pode almejar é o de criar dinheiro.
E é exatamente isso que acontece
quando se faz dívida. A dívida é a perda total do poder da pessoa, empresa ou
país. O ser endividado não tem mais poder nenhum e o seu credor têm poder
absoluto. Essa é a regra que rege as relações sociais, econômicas, políticas e
etc..
As associações de ajuda mútua
informais que alguns imigrantes usam entre si não chega nesse ponto do poder
porque não criam dinheiro. Apenas usam o dinheiro que os membros poupam e
colocam num caixa único. Quando alguém do grupo precisa usa esse dinheiro, faz
um empréstimo praticamente sem juro e depois devolve o dinheiro para esse
fundo. Na realidade não é criado dinheiro nesse tipo de transação.
O poder de criar dinheiro do nada
acontece quando se faz um empréstimo, se usa o crédito e se faz uma dívida.
Aqui é onde reside o real poder. O dinheiro surge do nada. A moeda é criada do
nada. Literalmente. Antes não existia esse dinheiro e agora existe. Atente para
o detalhe de que você não recebe em moeda alguma, você apenas tem crédito
(dívida), sendo o juro deduzido do seu crédito. Isto significa que você na
prática nunca consegue pagar essa dívida. Você empresta 100 e recebe 90 (juros
deduzidos). Como juntará os 100 se só recebeu 90? Não importa que tipo de moeda
se use nessa transação. Você terá de pagar com a mesma moeda (que sacada
genial, não?). Quem emite a moeda tem o controle de você para a eternidade
(enquanto durar aquela moeda). Entendeu? Só eu emito aquela moeda, chamemos de
moeda-X. Isso pode ser um papel ou metal. É simbólico, pois o papel ou metal
nem precisa existir. Só que você tem de devolver (pagar) os 100 que emprestou,
mas só recebeu 90. Como faz isso? Impossível. Perceberam? A dívida é impagável.
É isso que acontece em última instância com quem tem o poder de emitir moeda.
Ninguém consegue pagar a dívida e ela aumenta sempre já que não se consegue
pagar e os juros são aplicados sobre juros (uma estratégia diabólica por
excelência).
Imagine que você precise de
crédito (dívida), de dinheiro e venha falar comigo. Eu lhe pergunto quanto você
precisa e você diz: 5 mil. Não importa de que. Qualquer coisa serve. Eu lhe
digo: eu lhe empresto (agora você tem dívida). Pode usar no que quiser e mande falar
comigo a pessoa que se tornar sua credora em alguma coisa. Por exemplo: você
compra um par de sapatos e fala para o lojista tratar comigo sobre o pagamento
dos sapatos. Não houve emissão de papel moeda. Apenas de crédito (dívida), mas
na prática a moeda foi criada. Uma questão é que continua sendo a única moeda
transacionada numa determina região (país, comunidade de países). Mas, dinheiro
foi criado do nada. Dívida foi criada do nada.
Conseguem entender o poder que
existe por trás deste ato? É um poder sobre todas as pessoas e instituições que
possam existir. Esse é o poder absoluto. Quem tem essa capacidade tem o poder
absoluto. O resto é aparência de poder ou delegação de poder ou hierarquia de
poder.
O economista austríaco Friedrich
A. Hayek defende que se usem várias moedas num país ou comunidade. Essas moedas
competiriam entre si e o mercado decidiria qual usar. Em seu livro ele fala que
não vê nenhuma chance disso ser adotado por enquanto devido ao estado de
consciência da humanidade. Ele entende o cerne do problema. Se tivermos várias
moedas o poder será distribuído. Não será mais absoluto como é hoje.
A ideia de uma moeda única para
um grupo de países tem essa ideia de poder e submissão implícita. Hoje em dia
os europeus estão começando a perceber o quanto custa perder a autonomia de ter
a própria moeda. Quem está no euro está numa situação sem saída, pois não
determinada mais nada em seu país. Viram que quem não está no euro tem muito
mais opções de manobra para sair da crise ou enfrentá-la. Só que para sair o
custo é tremendo e é preciso um consenso da população para fazer isso. E isso
depende de que as pessoas entendam o processo descrito acima. Qual a chance de
uma população inteira entenda isso? Praticamente nula. Principalmente porque
não é explicado da forma que expliquei. E sendo assim ninguém praticamente
entende. E quando há uma votação sobre isso tudo continua na mesma. Óbvio.
Mesmo que as crianças já estejam desmaiando de fome nas escolas ou tenham de
levar cobertor de casa, pois a calefação não existe mais ou tenham de trazer
papel higiênico de casa e etc..
Depois que se implantou o sistema
sair dele é praticamente impossível. E o objetivo é ter uma moeda única
mundial. Esse é o objetivo que está sendo perseguido sem parar. Silenciosamente,
mas sem parar.
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Copyright © Hélio Couto. Todos os direitos reservados.
Você pode copiar e redistribuir este material contanto que não o altere de nenhuma forma, que o conteúdo permaneça completo e inclua esta nota de direito e o link: www.heliocouto.com
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2 comentários:
Link para o livro: "O caminho da servidão" - Friedrich Hayek
http://www.ordemlivre.org/wp-content/uploads/O-Caminho-da-Servidao-Hayek-F.-A_.pdf
Link para o livro: "Os Fundamentos da Liberdade" - Friedrich Hayek
http://www.libertarianismo.org/livros/fahofdl.pdf
Link para o livro: "Direito, Legislação e Liberdade" - Friedrich Hayek
http://www.libertarianismo.org/livros/fahdllvol1.pdf
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